Foto e tratamento- Tatiana Fantoni Monassa. Arte- Ana Carolina Maciel Vieira.
Foto e tratamento- Tatiana Fantoni Monassa. Arte- Ana Carolina Maciel Vieira.
Pesquisa, digitalização, tratamento e acondicionamento do acervo físico e curadoria do arquivo digital- Tatiana Fantoni Monassa - Bacharel em direito, pós graduada, Licenciada em História e MBA em história da Arte.
Apoio interdisciplinar: - Ana Carolina Maciel Vieira- Museóloga
Colaboradores: Vera Eleane Bauer Castor, curadora do acervo físico de Gustavo Ernesto Bauer e Rohmualdo Alves da Motta, professor e literário.
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Biografia de Gustavo Ernesto Bauer
Gustavo Ernesto Bauer nasceu em Petrópolis (RJ), no dia 23 de outubro de 1902 e faleceu na mesma cidade em 27 de agosto de 1979. Era descendente de imigrantes da primeira grande importação de colonos alemães destinados à mão de obra livre da Imperial Colônia de Petrópolis, em 1845. Seus pais foram Ernesto Gustavo Bauer e Carolina Suzana Kling, seus avós Clemens Bauer e Catharine Judith Monken e seus bisavós Wilhelm Baur e Anne Marie Kaiser. Realizou seus estudos primários no Externato do Professor Alberto Eckardt e concluiu o curso secundário no Colégio São Vicente de Paula que, na época, funcionava no prédio do Palácio Imperial (hoje Museu Imperial de Petrópolis) e teve como colegas de turma alguns que se tornaram figuras ilustres e expressivas na sociedade petropolitana e alhures. Foram eles: Mário Kuntz, José Tomás Nabuco, Carlos Almeida de Souza, Silvio Magalhães Figueira, Atílio Parin, Termístocles Cavalcanti, João Glas Veiga, Luiz Escragnolle, Salomão Jorge, Eugênio Libonatti e outros. Autodidata, iniciou carreira como funcionário do Banco Construtor do Brasil, empresa que atuava com o serviço de fornecimento de energia elétrica e bondes em Petrópolis. Passando a trabalhar no DNER (Departamento Nacional de Estradas e Rodagens) em 27/04/1936, designado para chefiar as oficinas de Petrópolis em 1946, ofício este que se dedicou por mais de 30 anos, aposentando-se em 1972. Com contribuições significativas no campo da engenharia de tráfego e comunicação, desenvolveu inúmeros projetos técnicos e elaborou vários equipamentos para melhor atender a funcionalidade do setor de oficinas, além de ter montado os dois primeiros transmissores de rádio de longo alcance em Petrópolis. Suas contribuições o levaram custeado pelo Conselho Rodoviário Nacional e Conselho executivo do DNER à Europa em viagem de aperfeiçoamento e missão de estudos (1961 e 1962), recebendo do Governo da Alemanha uma condecoração honrosa – distintivo de prata do Hunsrückverein com diploma assinado pelo Governador de Bernkasteltrier, datado em 12/11/1962. Na Alemanha, entrou em contato com pesquisadores natais dos quais permaneceu em troca cultural e histórica. Sendo convidado posteriormente em 1964 por meio do Consulado daquele País para realizar um programa cultural de dois meses. Toda sua viagem foi documentada, produzindo editoriais publicados nos jornais locais, bem como, enviados textos para serem publicados na língua mãe em jornais de circulação na Cidade de Petrópolis. Realizando ao todo quatro viagens à Alemanha e países vizinhos. Contribuindo de forma significativa e única de troca cultural e histórica sobre as regiões e aldeias de origem dos nossos colonos germânicos, conhecendo muitos parentes dos descendentes daqui, o que lhe propiciou inúmeras trocas de informações e conhecimentos de dados históricos. Na sua busca incansável sobre o resgate histórico cultural germânico em Petrópolis, publicou diversos artigos nos Jornais: Tribuna de Petrópolis, Jornal de Petrópolis, Cartaz (Três Rios), Correio da Serra (Portugal) e o HunsrÜcker Zeitung (Alemanha).
Seu valor e sua cultura, como historiador nato, provocou admiração nos meios culturais e sociais e o levou a contribuir com várias entidades, dentre elas: Instituto Histórico de Petrópolis (como sócio- membro efetivo e benemérito); Clube 29 de junho (sócio fundador e Presidente). Instituto Histórico de Niterói (sócio correspondente); Instituto Histórico de São Leopoldo (sócio correspondente); Museu Imperial (correspondente); Museu das Armas Ferreira Cunha (Conselheiro); Associação Petropolitana dos agraciados com a medalha do Pacificador (Presidente); Hunsrückverein – Alemanha (sócio correspondente); Associação dos Radioamadores de Petrópolis; Liga de Amadores Brasileiro de Rádio Emissão (sócio prefixado); Publicou o livro comemorativo do 30º aniversário da Estrada Rio-Petrópolis, “Rodovias e História” editado pelo DNER e sua grande influência histórico-cultural também mereceu condecorações e medalhas. Além da que recebeu do governo alemão, houve a do Pacificador, em 10/11/1960, Medalha do Museu Mariano Procópio – Juiz de Fora – MG, em 23/06/1961 e muitas outras. Em 1997, foi homenageado pelo Instituto Histórico de Petrópolis dentre os principais nomes ilustres e patronos da instituição, imortalizado com a cadeira n.º 21. Seus escritos e palestras não somente traziam conhecimento histórico, mas questionamentos, levando ao receptor da mensagem ao pensar crítico. E ainda em tom poético e de crônicas publicou uma série de textos intitulados “História de Fantasmas”. Sempre homenageando e contando as heranças dos imigrantes germânicos suas marcas na cidade e quase em um lamento crítico as perdas desta memória pelas transformações urbanísticas vazias de preservação ou encontro entre passado e presente. Demonstrando-se atento, preocupado com questões ambientais, mesmo antes do início de grandes movimentos de estudo sobre impactos urbanísticos no meio ambiente. Fato que podemos notar além de seus escritos, em sua produção histórica, que era feita em papeis reaproveitados do DNER. O que era descartado, passa para as mãos de Gustavo e transforma-se em História e Cultura. Grande entusiasta e defensor para a criação do Museu Rodoviário em Paraibuna (RJ) e também para o Museu Casa do Colono em Petrópolis (RJ), este último foi designado pela Portaria Municipal nº 42 de 16/03/1973 presidente da Comissão responsável por estudar, elaborar e executar os planos necessários para a implantação do Museu do Colono, juntamente com Euclides Pinho e Elmo Pfeiffer. Por fim, Gustavo Bauer e amigos, outros simpatizantes das causas nobres de Petrópolis criaram um grupo denominado de “Grupo dos 13”, pois se reuniam-se sempre nos dias 13 de cada mês, geralmente para jantar, quando, então, trocavam conhecimentos sobre as origens dos seus antepassados, as tradições e a história de Petrópolis. Geralmente o local escolhido era o Petropolitano Futebol Clube ou a Cantina Italiana. Durante vários anos, fizeram parte deste grupo além do nosso saudoso Gustavo Ernesto Bauer, os seguintes: Euclides Pinho, Dr. Acácio de Souza Branco, Dr. Guilherme Eppinghaus, José Malaquias Rodrigues, Eduardo Santos, Elmo Pfeiffer, José Soares de Sá, Gabriel Fróes, José Kopke Fróes, Dr. Mário Pinheiro, Dr. Moacir Benaion, Saul S. Avellar, Dr. Paulo Barros Franco, Lupério dos Santos e muitos outros.
Foto e tratamento - Tatiana Fantoni Monassa - Objetos pessoais de Gustavo Ernesto Bauer
Foto- autoria desconhecida - Gustavo Ernesto Bauer - Arquivo pessoal de Vera Eleane Bauer Castor
CATALOGAÇÃO DA COLEÇÃO
BIOGRAFIA E CONSULTORIAS REALIZADAS (19)
IMAGEM - OBJETOS PESSOAIS
FOTO DE GUSTAVO ERNESTO BAUER
ARQUIVO 1
EDITORIAL SÉRIE - AS PRIMEIRAS HABITAÇÕES DE PETRÓPOLIS (4)
PETRÓPOLIS- 1845-1874- (1)
MOSELA (1)
TRÊS CAMINHOS PARA AS MINAS GERAIS (1)
PRIMÓRDIOS DA COLONIZAÇÃO DE PETRÓPOLIS (1)
SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA (1)
COLONOS ORIGINÁRIOS DE SIMMEN (1)
COLONOS DO HUNSRÜCK NA PROVÍNCIA DO RIO DE JANEIRO (1 )
COLONOS DO CORREGO SECO E HISTÓRIA- (2)
EM PETRÓPOLIS UM ANFITEATRO ROMANO (1)
ARQUIVO 2
EDITORIAIS AGRUPADOS (14)
SUPERSTIÇÕES LENDAS E ANEDOTAS DA TERRA DOS COLONOS (1)
NATAL DOS COLONOS (2-4)
TÍTULO - FISIONOMIA DE UMA CIDADE (5-14)
ASPECTOS DA VIDA FAMILIAR PETROPOLITANA NO SEC PASSADO (2 )
JOGO DOS REIS XADREZ (1)
TRIER 15 AC INHOMIRIM 1724 (1)
UM SÉCULO E MEIO DE IMIGRAÇÃO (2)
O CAMINHO DE INHOMIRIM (5)
ARQUIVO 3
CRÔNICA -ASPECTO DA COLÔNIA (2)
A PÁTRIA DOS COLONOS ATRAVÉS DA HISTÓRIA (1)
ENVIADOS DA ALEMANHA BRASÕES HERÁLDICOS DA TERRA DOS COLONOS (1)
RELAÇÃO DOS COLONOS DESEMBARCADOS 1845 .-PUBLICAÇÃO TRIBUNA DE PETRÓPOLIS (14)
A CHEGADA DOS COLONOS GERMÂNICOS (23)
DEPOIMENTO DOS PASSAGEIROS DO NAVIO VIRGINIE (1--3)
OS 5 NAVIOS DE JULHO (4-8)
OS PASSAGEIROS DO NAVIO PAMPAS (9-10)
INSPEÇÃO E ESTATÍSTICAS DOS PASSAGEIROS DO NAVIO GEORGE (11-13)
NAVIO MARIA RAINHA DA ESCÓCIA (14)
O SÉTIMO NAVIO JEUNE LEON (15-16)
OS PASSAGEIROS DOS NAVIOS ODIN E DANIEL (17)
RECEPÇÃO DA IMPRENSA ALEMÃ (18-19)
DEFESA DE CHARLES DELRUE NA IMPRENSA ALEMÃ (20-22)
PASSAGENS DESPESAS (23)
ARQUIVO 4
EDITORIAL SÉRIE - A VOLTA DOS FANTASMAS (3)
EDITORIAL SÉRIE - BALLET DE PRENOMES (12)
EDITORIAL SÉRIE - TERRA DOS COLONOS 1973 (40)
ARQUIVO 5
ARTIGOS E PALESTRAS NÃO PUBLICADOS
LIBERDADE: O TEMA DOS DRAMAS DE SHILLER (20)
M.V.O.P - DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADA E RODAGEM (5)
PALESTRA ROTARY- TEMA ALEMANHA (4)
SEM TÍTULO - TEMA COSTUME (8)
UMA ÁRVORE HISTÓRICA (3)
GENEALOGIA DA LINGUA ALEMÃ (16)
ARQUIVO 6
ARQUIVOS AGRUPADOS (11)
PUBLICAÇÃO DAS CARTAS DOS COLONOS (1-2)
SOBRENOME DE COLONOS CITADOS NO SEC XVII (3)
MAURICIO DE NASSAU EM PETRÓPOLIS (4-6)
A FIRMA CHARLES DELRUE E OS COLONIZADORES DE 1845 (7-11)
PUBLICAÇÃO CARTA DO COLONO HOFNER (4)
PUBLICAÇÃO CARTA DOS COLONOS MAGNUS E KEUPER (4)
ARQUIVO 7
CARTA DOS COLONOS TRANSCRITAS EM ALEMÃO (17)
ARQUIVO 8
CORRESPONDÊNCIA VIAGEM ALEMANHA 1962 (29)
PUBLICAÇÕES VIAGEM ALEMANHA JORNAIS DE LÍNGUA ALEMÃ (29)
REGISTRO VIAGEM À ALEMANHA 1973 POR KARL FALLER (28)
ICONOGRAFIA VIAGEM À ALEMANHA - BURGOS (60)
ARQUIVO 9
IMAGEM MANUSCRITO
ARQUIVO 10
MANUSCRITOS AGRUPADOS
CARTA AO PREFEITO (9)
CRÕNICA (2)
DISCURSO PRONUNCIADO NO DIA 29 JUN 1965 (4)
KARL FALLER (2)
KASTELLAUM (1)
KOBLENZ (2)
MODO DE PRODUÇÃO HISTORIOGRÁFICA - SUPORTE REUTILIZADO (1)
PALESTRA ALGUNS ASPECTOS DA TERRA DOS COLONOS (8)
ROMA S TRIER (2)
OS KREISCHER (3)
NOMENCLATURA HISTÓRICA DE PETRÓPOLIS (6)
WORMS (3)
ARQUIVO 11
MANUSCRITOS AGRUPADOS
A FIRMA CHARLES DELRUE E OS COLONIZADORES DE 1845 (7)
ANOTAÇÕES (3)
COLONIZAÇÃO - CAUSAS (6)
COLONOS (1)
DO IMPÉRIO ROMANO À PETRÓPOLIS (3)
OS BRASÕES (3)
PALESTRA INSTITUTO HISTÓRICO DE PETRÓPOLIS (3)
PRAÇA DA PRINCESA (3)
PRONUNCIAMENTO 29 JUN 1974 (5)
QUARTEIRÃO WORMS (2)
ARQUIVO 12
CRÔNICA - O GOLE DA BOTA (1)
MIGNON (1)
OS TRÊS MACHADOS (2)
RELEMBRANDO A CHEGADA DOS COLONOS (2)
AS TRÊS IRMÃS (1)
BEETHOVEN 1770-1970 (5)
UMA ESCOLA PETROPOLITANA EM 1862 (1)
NAPOLEÃO 1769-1969 (9)
ARQUIVO 13
RUAS DE PETRÓPOLIS (65)
LIVROS
RODOVIAS E HISTÓRIAS - BAUER. Gustavo Ernesto. Ed DNER 1957 (70)
BRASIL PARA OS IMIGRANTES ALEMÃES E SUISSOS- STEGER. ED. VERLAG V.G.J.M HERISAU (7)
(fragmento)
ESTUDO DO MÉRITO RODOVIÁRIO (33)
MAPAS DOS QUARTEIRÕES DA IMPERIAL COLÔNIA- MAJOR JULIUS FRIEDRICH KOELER (10)
ARQUIVO 14
NOTAS, MONÇÕES E OBITUÁRIO (33)
IMPRESSÕES FINAIS
ARQUIVO 1
ARQUIVO 2
ARQUIVO 3
ARQUIVO 4
ARQUIVO 6
ARQUIVO 7
Texto em alemão das cartas dos imigrantes de 1845. das quais Bauer teve acesso com familiares, em uma de suas viagens à Alemanha
ARQUIVO 8
ARQUIVO 9
Imagem- fragmento de manuscrito de Gustavo Ernesto Bauer
ARQUIVO 10
ARQUIVO 11
ARQUIVO 12
ARQUIVO 13
Mapas do Major Julius Friedrich Koeler
Fonte: Arquivo da Cia Imobiliária de Petrópolis
Escala do documento físico: 1:5000
Copiado por C. Koslowski - agosto/1973
Acervo Gustavo Ernesto Bauer
ARQUIVO 14
Bauer por sua inteligência, por seu espírito crítico possuía senso de humor sagaz que demonstrava sua natureza: um homem e ser humano preocupado em contar história modificativa de sociedade. É o que percebemos em seus escritos que fogem à mera reprodução de fatos históricos ou história dos vultos, conta o homem comum, conta a história de homens e mulheres que deixaram sua terra natal em busca de sonhos e ambições de uma vida mais confortável, conta seus infortúnios, seus lamentos e suas denúncias com seu tom crítico político como percebemos no artigo intitulado "A FIRMA CHARLES DELRUE E OS COLONIZADORES DE 1845" (Arquivo 6 páginas 7-11) onde termina o artigo que traduz uma série de denúncias dos colonos com a seguinte conclusão: "Realmente, o episódio da Colonização Alemã no Brasil a partir de 1845, deu margem a muitas explorações; que fizeram do célebre contrato de Charles Delrue com o Governo Imperial, um verdadeiro alicerce, para uma rentosa vigarice. Um método afinal que sempre houve e sempre haverá -de outras maneiras é claro- (...)". O contrato de imigração pouco estudado, foi por Bauer junto à colaboradores correspondentes na Alemanha esmiuçado em suas entranhas mostrando o engodo sofrido e atingido aos que se dispuseram a vir para o desconhecido sob promessas que desde o início as autoridades brasileiras, envolvidas e a Cia contratada sabiam não serem verdadeiras. Abrindo campo para novas indagações, ainda à espera de serem feitas.
Seu humor não deixava este espírito de criticidade como podemos observar nas placas natalinas decorativas feitas por seu genro Roberto Castor, Bauer imprimiu seu senso de humor, sagaz e em um tom provocador: Diz a primeira placa (imagem1): "Agradeça ao Senhor porque Ele come bem" a segunda placa (imagem 2): "Paz na Terra e os Homens uma ruga de dor" (tradução: Liane Diehl- neta de Gustavo Ernesto Bauer). Sua filha, Vera Eleane Bauer Castor conta que seus manuscritos quando escritos em letra cursiva Bauer dizia ser "letra de analfabeto" em tom jocoso. Mas tomamos em ousadia após conhecer e estudar seu acervo que seus manuscritos com "letra de analfabeto" era o seu momento de maior expressão do acumulo de seus saberes cognitivo e empírico.
Bauer, nos deixa um presente: história e questionamentos.
Que seja este acervo uma homenagem, fonte de saber e de perguntas.
Tatiana Fantoni Monassa.
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Poesia inspirada nos aquivos de Gustavo Ernesto Bauer. Autoria Rohmualdo Alves da Motta. Nascido em Petrópolis, Professor de Português e Literatura, poeta, ator, escritor de peças de teatro, crônicas e contos. Criador da página "Não deixem a poesia morrer". Das redes para o livro será o próximo passo. Participante da antologia Mosaico VII. Membro da Confraria da Poesia Informal e seu Sarau Virtual. (Texto recolhido- para acesso clique na seta ao lado direito do texto)
A saga dos colonos alemães.
Deixaram propriedades, amores e famílias.
Suas histórias e as trouxeram nas memórias.
Um território pós-guerra e todas suas mazelas...
Vieram pela palavra alcançar e vago contrato; mais nada.
Sem dinheiro, cheio do querer conquistar.
Em busca de muitos sonhos a explorar.
Encontraram forças em cima de dores e batalhas com gana.
Mentiras, muitas promessas e fantasias...
Acharam o novo no meio de tão pouco e fizeram história!
Tudo novo: povo, costume, país, língua, trabalho e esperança.
As primeiras seiscentas famílias houve segurança.
Vieram exauridos e sacrificados dentro de Justine.
Depois, mais navios vieram com esta sina triste...
Trazendo quase dois mil irmãos sem nenhuma garantia.
Pelos mal feitores que vendiam ilusões de Charles Delrue.
Ainda assim, enxergaram raios de luz através do lume.
Tudo foi pago; comida e dormida precários e sobrou dívidas...
Alguns, diante do inesperado, findaram suas próprias vidas.
Outros, tornaram miseráveis e jamais deixaram Dunquerque.
Aos que chegaram, cheios de orgulho e força ainda que inerte;
A maioria guardou mágoas, tristezas e transformou em lida!
Mesmo com mentiras, dificuldades e cartas não correspondidas...
Com resiliência fizeram suas frustrações, resistência!
Do sangue, suor e lágrimas fizeram sua sobrevivência.
Assim, contribuíram e profissionalizaram setores da sociedade;
Arquitetura, culinária, língua, festa, folclore e educação.
Este povo ajudou elevar Petrópolis à categoria de cidade!
Até hoje, somos gratos, por tudo e todos, à imigração!
Pela oportunidade conquistaram vida digna de verdade.
Hoje, sabemos objetivo era embranquecimento da nação.
Mais que mero e triste objetivo temos; história, legado e tradição!
Registrado nesta humilde poesia como singela homenagem!
Rohmualdo Alves Motta.
Petrópolis , 10/02/2021 às 21:33h.